Empossamento dos orgãos do STIF (Discurso do Presidente da Direcção Central)

No início de um novo ano, gostaria de saudar a todos e formular votos de um próspero ano novo, com muita saúde, paz e felicidades.

Saúdo a Mesa da AG/CG eleita, desejando aos membros que a integram, sucessos no seu trabalho e formular votos que este órgão tenha uma acção dinâmica e consiga cumprir o seu papel, que é de extrema importância para o funcionamento dinâmico do Conselho e da Assembleia Geral, enquanto órgãos máximos do STIF.

Saúdo ainda, os membros da Direcção Central, os membros do Conselho Geral, do Conselho de Disciplina, eleitos e em particular aos membros da Direcção Regional Sul e desejar a todos um bom trabalho, para que juntos possamos corresponder às expectativas daqueles que nos elegeram.

Caros colegas,

Minhas senhoras e meus senhores,

Os resultados das eleições directas dos novos órgãos, ocorridas no passado dia 28 de Novembro, confirmam uma vez mais, a confiança que os associados continuam a depositar no STIF e na lista que tive a honra de encabeçar, e que recebeu 85% de votos Sim, ou seja uma maioria qualificada, num universo de cerca de 80% dos sócios votantes, apesar das ausências do país e de dificuldades de alguns associados na deslocação às mesas de voto para o exercício do direito que lhes assiste.

Estas eleições directas dos órgãos, baseadas em listas concorrenciais e suportadas por um programa de acção, vieram a confirmar o elevado grau de democracia interna neste Sindicato, que no panorama nacional é o único que tem este sistema de eleições directas dos seus órgãos, sendo hoje copiado por algumas formações políticas que passaram a fazer eleições directas dos seus Presidentes.

Queria agradecer a todos os sócios pela confiança depositada em nós e na nossa lista e comprometer a tudo fazer para não defraudar as expectativas, para continuarmos juntos e unidos rumo a um Sindicato cada vez mais forte, em prol de um sindicalismo pró-activo para ganhar o futuro.

Iniciamos o mandato num momento em que o próprio Governo reconhece que este será o ano muito difícil para o país, tendo em conta a conjuntura económica do país, o mau ano agrícola, para além o estagnação económica, requerendo medidas de choque à economia cujos impactos sobre o sector financeiro e seus trabalhadores desconhecemos por enquanto.

Convém realçar ainda, o anúncio do Governo em relação à venda das acções do Estado no BCA, o maior Banco Comercial do país, no qual temos muitos associados e consequentemente muitas famílias dependentes do mesmo, no momento em que temos um processo no Tribunal contra o aumento da idade de reforma e a alteração da base do cálculo das pensões dos funcionários afectos ao Sistema Privativo da Segurança Social e consequentemente de cortes de direitos consagrados no estatuto do pessoal e que aguardamos pela sentença, para além de ameaças sobre a manutenção de alguns direitos adquiridos e de existência de alguns pendentes para negociação.

O Sector financeiro, nos últimos anos tem ressentido com a conjuntura económica e financeira difícil a nível mundial e do país que tem levado ao congelamento salarial, por parte de alguns Bancos Comerciais e do próprio Banco Central o que nos preocupa.

O Banco Central ao contrário do que se esperava, nos últimos anos e particularmente no ano passado, devido a uma deficiente gestão dos recursos humanos, provocou uma forte crispação no seio dos seus funcionários, caracterizado pela perseguição de um grupo de funcionários tendo sido apelado a intervenção do Governo e até de autoridades judiciais e que provocou um mal-estar no próprio mercado financeiro e na sociedade em geral.
Felizmente que o Governo acabou por nomear um novo Governador e esperamos que o CA seja completado com novos Administradores, com sensibilidade socio-laboral, para o este possa cumprir o seu papel e para dar uma dinâmica à economia, o que só será possível com um ambiente de paz laboral e de motivação dos seus funcionários.
Por isso, apelamos ao novo Governador e o CA do BCV para não mexerem nos direitos adquiridos dos trabalhadores, designadamente o Fundo de Pensões, que ouvimos o Sr. Governador a dizer que irá proceder à sua reforma, aliás as discórdias que tem surgido no BCV, deve-se a um conjunto de medidas relapsas e autoritárias que a Administração anterior tomou.

Conforme dissemos no nosso programa de acção, para este mandato, continuaremos a defender o diálogo como instrumento indispensável para a defesa dos direitos dos trabalhadores, para a pacificação das relações laborais e a criação de um clima de concórdia, de produtividade e de sã competição.

Lutaremos pela introdução de Convenções Colectivas de trabalho, no sector financeiro e para reforço da capacidade patrimonial e institucional do Sindicato, bem como para a prestação de alguns serviços aos sócios nomeadamente nas áreas da saúde, do laser, formação profissional e sindical.

Por isso contamos com todos os sócios na mobilização dos que ainda continuam fora dessa fileira, para que o STIF possa consolidar-se no baluarte de todos os trabalhadores do sector financeiro.

Disponibilizámo-nos para a procura de entendimentos, que salvaguardem os actuais postos de trabalho e que criem novos postos de trabalho, com qualidade e salário digno para os trabalhadores.

Caros companheiros,

Acabamos de assinar mais um compromisso com os trabalhadores e associados do STIF, mas mais do que isso, reafirmamos o nosso programa apresentado durante o período da campanha eleitoral e, reconfirmamos a nossa firme disponibilidade em continuar a servir os trabalhadores durante o mandato que ora se inicia.

Trata-se de uma responsabilidade grande e ao mesmo tempo uma missão ingrata, porquanto trata-se dum compromisso de luta pela defesa dos interesses humanos e sociais dos trabalhadores, logo de protecção de direitos universais do homem, valores que hoje em dia estão ameaçados precisamente pelos principais responsáveis pelo descalabro da economia e pela crise financeira que se vive a nivel mundial.

No mandato anterior, alcançamos um conjunto de conquistas, mas muitos desafios ficaram por atingir, por razões diversas, umas ligadas à fragilidade da economia do país e outras ligadas à alguma fragilidade da classe trabalhadora, designadamente a fraca solidariedade.

De entre algumas conquistas, destacamos:
• O aumento do número dos sócios;
• Melhorias de certas regalias sociais para os trabalhadores, nomeadamente a introdução de seguros de vida, subsídios de refeições, redução das taxas de juro aos créditos, etc.;
• A Construção e inauguração da grandiosa Sede do nosso Sindicato na Praia.
• E, finalmente, mas não menos importante, o aumento da credibilidade do sindicato no seio dos trabalhadores, seus associados e das entidades patronais.

Dos desafios que não foram totalmente alcançados, referimo-nos à maior articulação com os sócios, maior circulação de informação, melhoria do site do sindicato, etc.

Neste mandato que inicia agora, teremos que trabalhar com vista a:

• Reforço e consolidação patrimonial e financeira da Organização,
• Construção e/ou aquisição das Sedes do Mindelo e do Sal;
• Melhorar os serviços aos sócios nomeadamente na área da saúde e introdução de novos serviços;
• Rentabilizar os investimentos realizados;
• Rigorosa contenção das despesas e controlo de cobrança das quotas.
• Formação sindical e técnico Profissional, através de:?
• Introdução de convenções colectivas de trabalho no sector Bancário e Segurador;
• Melhoria das prestações dos diversos sistemas de Previdência Social existentes;
• Criação de espaços de debates, intercâmbios e convívios, visando o desenvolvimento dum espírito de solidariedade entre os trabalhadores no activos e reformados etc.
• Promoção da cultura da participação e maior engajamento dos trabalhadores em torno dos problemas que lhes afligem, etc.
• Reforço da cooperação internacional, Promoção do direito ao trabalho e segurança no emprego, da Segurança Social, da comunicação e informação, aumento do poder de compra dos trabalhadores, etc. etc.
DR’S, continuam a ter uma missão de grande importância na mobilização e sindicalização dos trabalhadores nas respectivas regiões, com vista ao maior envolvimento nas lutas reivindicativas e apoiar a DC na representação dos trabalhadores nas diversas ilhas, enquanto estruturas regionais.

Para terminar, uma palavra de agradecimento para os que fizeram parte dos diversos órgãos no mandato anterior e que agora nos deixam. Alguns destes elementos continuaram connosco nesta luta, outros, por razões várias não puderam continuar. A estes desejamos-lhes sucessos na sua vida profissional e familiar.

Com a equipa ora empossada, desenvolveremos e adoptaremos um estilo de trabalho assente na participação colegial, a1icerçada na confiança, fraternidade e lealdade entre todos os seus membros, POR UM SINDICALISMO PRO-ACTIVO PARA GANHAR O FUTURO.
Continuaremos juntos.
Viva o STIF

Anibal Augusto dos Reis Borges
Presidente do STIF